A atuação feminina na indústria de defesa tem ganhado espaço em ritmo constante, acompanhando a evolução tecnológica e a necessidade crescente de equipes altamente qualificadas nas áreas de engenharia, ciência de dados, software, inteligência artificial, eletrônica e sistemas embarcados. Em setores de alta tecnologia, dados do World Economic Forum (2024) mostram que as mulheres representam 28,2% da força de trabalho em pesquisa e desenvolvimento (P&D), com presença inferior a 20% em áreas diretamente ligadas à defesa, que historicamente tiveram predominância masculina.
No Brasil, levantamentos do IBGE (2023) indicam que cerca de 25% das mulheres atuam em carreiras técnicas, o que demonstra o potencial de expansão da participação feminina nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) aplicadas ao setor de defesa. Esse movimento segue a tendência de países que têm apostado em capacitação tecnológica e em políticas voltadas à formação de talentos para atuar em segmentos estratégicos da Base Industrial de Defesa (BID), como cibersegurança, simulação, robótica, sistemas optrônicos e guerra eletrônica.
Brasil e Rio Grande do Sul: polo de inovação e formação de talentos
A indústria de defesa brasileira representa cerca de 3,58% do PIB nacional e é responsável por aproximadamente 3 milhões de empregos diretos e indiretos. O Rio Grande do Sul destaca-se como um dos principais polos desse ecossistema, reunindo dezenas de empresas focadas em pesquisa, desenvolvimento e manufatura de sistemas de alta complexidade.
Embora dados específicos sobre participação feminina na indústria de defesa ainda não sejam amplamente sistematizados no Brasil, o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (RASEAM/2024) aponta que as mulheres brasileiras concentram-se historicamente em setores como administração, educação e saúde. A ampliação da presença feminina em áreas técnicas ligadas à defesa caminha em paralelo com o crescimento da demanda por mão de obra especializada nesses segmentos, abrindo novas oportunidades de desenvolvimento profissional de longo prazo.
AEL Sistemas: tecnologia de defesa com excelência e diversidade técnica
Com sede em Porto Alegre (RS) e mais de quatro décadas dedicadas ao desenvolvimento de tecnologias de defesa para aplicações aéreas, terrestres e navais, a AEL Sistemas é referência nacional na produção de aviônicos, enlace de dados, sistemas de missão, guerra eletrônica e optrônicos. A empresa conta com mais de 400 profissionais altamente especializados, atuando em um hub tecnológico de 12 mil m², com forte investimento em inovação, pesquisa aplicada e capacitação contínua. O fortalecimento da presença feminina na empresa, que alcança 30% do número de colaboradores, acompanha a visão estratégica da companhia, que valoriza competências técnicas, excelência e visão sistêmica como pilares para o avanço tecnológico do país.
“Ser engenheira de sistemas na AEL é transformar conhecimento em soluções que fortalecem a defesa do nosso país. É uma conquista que eu carrego com orgulho, como mulher na indústria de defesa, mostrando que competência, inovação e propósito não têm gênero, e que estamos prontas para liderar onde quer que a tecnologia nos leve.” Patrícia Centeno – Engenheira na AEL
Engenheiras, cientistas e analistas vêm contribuindo na linha de frente do desenvolvimento de sistemas embarcados, softwares críticos, inteligência artificial e soluções que atendem a programas estratégicos das Forças Armadas brasileiras, reforçando a soberania nacional. A combinação entre formação técnica de alto nível e oportunidades de atuação em projetos inovadores se mostra decisiva para atrair cada vez mais talentos femininos qualificados à indústria de defesa, setor fundamental para o crescimento tecnológico do Brasil.
A presença crescente de mulheres em áreas como cibersegurança, desenvolvimento de algoritmos para drones e veículos não tripulados, análise de dados e integração de sistemas aponta para um futuro no qual a inovação na defesa será impulsionada, cada vez mais, por equipes diversas, técnicas e multidisciplinares. A evolução desse cenário representa não apenas um avanço no âmbito da indústria, mas também uma contribuição relevante para a competitividade do país em mercados de alta tecnologia.
